sexta-feira, 18 de junho de 2010

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

JANELA DO TEMPO

A JANELA DO TEMPO
William Vicente Borges

Queria que houvesse uma janela do tempo
Para poder te ver novamente
Sorrindo pra mim.

Queria que houvesse uma janela do tempo
E por ela veria também nós dois
Se beijando no banco do jardim.

Mas só existe uma e se chama: Lembranças.
Pois você não existe mais pra mim.
Mesmo estando tão perto.

Queria que houvesse uma janela do tempo
Uma janela de verdade.
Pois faria o inusitado.

Saltaria por ela me jogaria em teus braços
E te diria: __ Estou aqui amor
Não me deixe nunca só, Por favor.

Mas a janela do tempo se chama lembranças
E confesso que elas não podem mais
Satisfazer meu pobre coração abandonado.

Por isso eu te digo olhando por outra janela
Chamada esperança: __ Estou aqui amor
Não me deixe mais só, Por favor. Ainda te amo!
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Vila Velha - Verão de 2006

terça-feira, 10 de novembro de 2009

POR AQUI NÃO PASSARAM POETAS

POR AQUI NÃO PASSARAM POETAS
Por: William Vicente Borges

Por aqui não passaram poetas
por isso este chão árido
sem jardins ou flores
sem gente que saiba sorrir

Por aqui não passaram poetas
por isso todo esse magoar
toda essa gente de cara amarrada
toda essa falta de ar

Por aqui não passaram poetas
por isso essa triste apatia
toda essa gente inerte
uma verdadeira cãmara fria

Por aqui não passaram poetas
por isso essa depressão
toda essa gente triste
com rosto sem expressão

Por aqui não passaram poetas
pois por onde os poetas passam
há vida, esperança e alegria
há vigor, paz e emoção

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Primavera de 2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ELE NÃO DÁ MIGALHAS

Por: William Vicente Borges


Minha querida filha grita.

Se contorce no chão

de sua boca ouço maldições

Médicos nada puderam fazer.


Choro. É minha querida filha,

sonhei com sua chegada

nove meses a embalei no ventre

quando nasceu tudo teve novo sentido.


Mas agora os sábios da vila dizem

que ela está endemoninhada

não entendo bem o que seja isso

mas não posso mais vê-la sofrer assim.


Tentei de tudo, todo os recursos

que se conhecia por aqui.

Mas não há quem ajude

Não há quem a possa curar.


Mais uma crise, ela se debate.

Ninguém vem acudir-me

todos passaram a ter medo

o desconhecido amedronta.


Alguém me conta então

de um tal profeta da Galileia,

mas é tão longe daqui, mas irei

O chamam de o Filho de Deus.


A viagem é tão penosa, estou cansada.

Mas preciso continuar, por minha filha.

Ela é meu maior bem.

Por ela seguirei em frente.


A sorte parece estar comigo

Disseram-me que ele está mais perto

está peregrinando pelo norte

Poderei estar com ele bem antes que pensava.


Não há nada que eu mais queira

Ele poderá realmente ajudar?

Ajudará esta pobre pagã estrangeira?

Ouvi dizer que ele a ninguém rejeita.


Posso vê-lo finalmente, Irei clamar:

Senhor, filho de Davi

tem misericórdia de mim! Minha filha

está terrivelmente endemoninhada.


Continuo atrás dele, mas ele parace

me ignorar, nada me responde.

Mas não desistirei, por minha filha

continuarei clamando até que me atenda.


Os discípulos que o acompanham

pedem a ele que me despeça

Não! Não vou! Correrei,

me prostrarei aos seus pés o adorarei

Senhor, socorre-me!


Ele então me responde em tom firme:

Não é bom tomar o pão dos filhos

e lançá-los aos cachorrinhos.

O que falo agora? Eu sinto no coração

que só ele tem o poder de me ajudar.


Não sei o que fazer agora.

Direi a ele, o que tenho na alma:

Sim, Senhor, porém os cachorrinhos

comem das migalhas que caem

da mesa do seus donos.


Espero que ele não me julgue mal

Por lhe falar desta forma, mas

o brilho de seu rosto não me

deixa dúvidas, ele é o salvador

nele reside a glória do Altíssimo.


Finalmente olha para mim e fala:

Ó mulher, grande é a tua fé!

Faça-se contigo como queres.

O meu coração me diz que

minha filha ficou sã.


No caminho de volta para casa

o rosto do profeta está em minha mente

estive com ele, nunca mais, talvez,

irei vê-lo. Mas seu que algo mudou em mim

e mudou para sempre.


Ao chegar minha filha me embalou

num longo abraço de amor.

Salva, liberta, feliz.

Contei-lhe sobre o profeta e juntas

o adoramos em meio aos campos de trigo.


Ele não me deu migalhas

me proporcionou um grande milagre

agora que contemplo minha filha

fazendo planos para a vida

agradeço muito o seu cuidado.


Meu coração e alma serão dele

seu nome ecoa em meus ouvidos

Enquanto eu viver não esquecerei

a jornada e o encontro. Não esquecerei

que ele nos amou como ninguém.


Não esquecerei seu rosto brilhante

e mesmo que aparentemente

não quisesse me abençoar, na verdade

só queria me provar, e me conduzir

ao lugar certo da adoração.


Ele não dá migalhas!

Não foi o que me deu,

mas mesmo que tivesse feito

seriam suas migalhas mais ricas

que qualquer grande banquete.


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Outono de 2009

ACEITE O PRESENTE

Por: William Vicente Borges

Amanheceu e você está sozinha
a manhã não parece tão linda
como era antes
quando a solidão não existia

O meu retrato não está mais na cômoda
mas meu rosto não sai do teu coração
fica pensando se estou bem
queria te dizer que não

Sem você nunca estarei bem
com você, mesmo que tudo desmorone
estarei bem demais
quem ama vive assim

Amanheceu e você está sozinha
e eu não aguento mais estar longe
está com medo de não haver volta
não esconda teus sentimentos

Amor, quero te fazer feliz
ficar olhando para você a noite toda
e te acordar com mil beijos
assim como era antes

Amanheceu e você está sozinha
e eu não pude nem dormir
não dá para viver sem você
é a força que eu preciso

Agora a campahinha toca
nem atender vocêr quer
a tantas lágrimas para enxugar
e depois quem pode ser?

Vamos, abra a porta,
aceite o presente
vindo com rosas multicores
O presente, sou eu, de volta.

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Inverno de 2009

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QUANDO ESTOU AO SEU LADO
Por:William Vicente Borges

Quando estou ao seu lado
estou bem
é em seus braços que
meu coração descansa

Quando estou ao seu lado
estou abrigado
nada mais me preocupa
borboletas deixam o céu enfeitado

Quando estou ao seu lado
retomo meu juízo
não busco nada errado
simplesmente me aquieto

Quando estou ao seu lado
o tédio termina
o torpor é aposentado
fico extasiado

Por isso tudo de bom
não quero mais nada
não procuro outro tesouro
que não seja você, ao meu lado.

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Inverno de 2009

PALAVRAS NÃO IRÃO ME DERRUBAR MAIS
Por: William Vicente Borges

A vida costumava ser menos cruel
as pessoas costumavam ser mais doces
os sonhos costumavam ser mais reais
os amigos pareciam ser mais sinceros

Os anjos sempre estavam por perto
as flores desbrochavam com mais viço
os pássáros eram mais sinfônicos
e eu costumava sorrir bem mais

Mas quantas palavras ditas com ódio
quantas razões estúpidas criadas
palavras que apunhalam a alma
elas jogam no chão e machucam

Não se ouvem os sussurrros do perdão
antes, os gritos do rancor
Não se amparam mais os feridos
a eles a injeção fatal do "dane-se"

Palavras que fazem lágrimas jorrarem
que alimentam a sensação total de fracasso
que destróem a chance de retorno
que maximizam o sentido da angústia

Mas decidi que eu continuo de pé
palavras não irão me derrubar mais
os estúpidos continuarão sua cantiga
e eu voarei com as asas do vento

A vida costumava ser menos cruel
as pessoas costumavam ser mais doces
os sonhos cuostumavam ser mais reais
os amigos pareciam estar mais perto

Mas ainda bem que os poetas estão vivos
e a doçura pode sobreviver em versos
fruto de corações puros e imcompreendidos
Senão que sentido teria a vida?

Palavras não irão me derrubar mais
longe estarei dos que carregam maldições
cujo prazer é a destruição
cujo motivo de vida é destruir

Estou prometendo isso a mim mesmo
já chorei demais, preciso aprender
serei o oposto dos ódios incontidos
serei a voz do amor, mensageiro do amar.

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Inverno de 2009